terça-feira, 23 de outubro de 2012

MAIS UM EXEMPLO DA NOSSA FUNÇÃO NÃO TÃO PÚBLICA

Acabei de ver o "Estado da Região" na R.T.P. Açores cujo tema era a realidade imobiliária por cá. O convidado era um imobiliário de algum renome por cá. Acho imensa graça que a jornalista de um programa que é suposto ser um fórum público e de função pública, ignore as questões feitas pelos espectadores.


O imobiliário falava-nos da situação dramática de muitas pessoas para pagar as suas casas e de como o seu negócio andava pelas horas da morte. Mesmo no final, liga para lá um senhor, de forma extremamente delicada e faz uma pergunta absolutamente legítima: O que tem o convidado a dizer sobre a altura em que haviam promoções loucas dadas ao desbarato pela banca em termos de crédito habitação com participação de algumas imobiliárias, em que muita banca ganhou dinheiro, as imobiliárias ganhavam o seu também e depois as pessoas que vieram a ver que estas promoções não eram tão boas assim ficaram com a corda ao pescoço?

A jornalista agradeceu a pergunta para logo a seguir fazer outra questão completamente diferente e ignorar por completo uma pergunta incómoda, mas absolutamente, repito, absolutamente legítima feita nos melhores termos. Claro que também o convidado ignorou a questão por não lhe dar jeito.


Tenho muita pena de não ter decorado o nome do senhor que ligou. Sei que tinha 42 anos e julgo que era da Lagoa. Se alguém souber quem foi, mandem-lhe os meus cumprimentos, digam-me o nome e ele que fique a saber que eu estava atento ao facto de ignorarem a sua questão pertinente e completamente legítima, certamente por acharem incómoda.

Enfim. É essa a função pública que por vezes temos.

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