Já ouço Jonathan Coulton há muito tempo mesmo.
Para quem não o conhece, Jonathan Coulton era um programador de informática que um dia decidiu mandar o emprego à fava e escrever música. Mas não apenas música normal, todas têm um tom cómico nas suas letras, pessoais por vezes, e com grande variedade musical.
Ele tornou-se muito famoso nos E.U.A. quando criou um desafio para si próprio: durante mais de um ano, lançar uma música nova todas as semanas. E o homem conseguiu e são na sua grande maioria de muita qualidade, além de algumas hilariantes.
Difícil, como sempre, escolher uma ou duas músicas apenas, gosto de tantas do tipo.
Vou escolher três. Uma chamada "Code Monkey" cuja letra diz muito sobre o que Coulton sentia quando era programador. Também vou por uma versão ao vivo da mesma música, mais lenta, que agrada-me muito.
A segunda música tem como nome "Re: Eat Your Brains" na qual um colega de escritório que transformou-se em zombie tenta convencer o seu colega a abrir a porta(hilariante).
Mas a que mais dá-me pra rir de J.C. é sem dúvida "Baby Got Back".
"Babu Got Back" foi uma música de hip-hop famosa que apareceu nos anos 90 de Sir Mix-a-Lot. O tema da música é principalmente o tipo referir que adora que as suas senhoras tenham traseiras mais generosas (estou a ser mais educado do que na música). Jonathan Coulton, de forma hilariante, pegou na letra e deu à música um tom de música romântica. Fantástica mesmo. Porei também a música original para poderem comparar.
Tirando os meus V-Logs, no Youtube estive em 3 vídeos esta semana.
Um de minha autoria para o canal do Duplo D Cast de uma nova série chamada "Na T.V. e na Realidade", com a participação especial do Hélder Medeiros e do André Mateus. A vítima foram os "Morangos com Açúcar".
Outro é mais um V-Log do Hélder, na qual o grande foco deste 4º V-Log são os bastidores do "Assassino da Luva Preta". Caso não tenham visto o meu comentário a este vídeo, podem clicar aqui.
E o terceiro foi da autoria do André Mateus. O 2ºepisódio de "Resgate Sobrenatural", a série do André mais focada para paranormal e acção. Neste vou resgatar um presidente pomposo.
Esta semana irei fazer comentários quer para o "Na T.V. e na Realidade 1", quer para o "Resgate Sobrenatural 2", por isso vão ficando atentos.
Eu já passei milhentas vezes por este placard lá no Parque Atlântico, mas só hoje reparei em algo. Vejam bem esta foto:
Não conseguem ver o que é? O.k., e que tal agora?
Já vêm?
Podem estar achando que eu estou sendo picuínhas, mas vamos aqui a ver uma coisa. O Parque Atlântico (presumo) pagou a alguma firma de marketing e publicidade umas quantas centenas de Euros (ou mais, não me admirava) para criar isto. E esta firma devolveu-lhes um trabalho de marketing desleixado por um serviço pago e na qual é suposto eles serem rigorosos no tratamento, pois estamos a falar de imagem. É a essência de uma firma de publicidade.
Esta não é uma forma natural de segurar algo. O polegar devia ir para trás do cupão.
O que isto nos diz? Diz-nos que claramente houve photoshop do cupão para cima da mão do modelo. Acabou então com o modelo a segurar o cupão de uma forma não convencional, claramente photoshop de má qualidade, pouca atenção ao pormenor.
Se a montagem é óbvia, o photoshop notório, isto diz-nos que a firma de publicidade fez o seu trabalho de má forma, de forma desleixada.
Eles recebem (e muito) por isso, daí eu chamar a atenção. Por isso, aqui vai uma lição para quem fez esta publicidade:
Forma não natural de segurar algoForma natural de segurar algo
Este foi inspirado pelo Música da Semana 5
Uma coisa que chocou-me bastante foi o número impressionante de artistas que fizeram covers de músicas de Stevie Wonder. E isso só no Best Of dele que encontrei, imaginem em toda a sua discografia!! É deveras impressionante.
Decidi então fazer algo. Avaliar lado a lado um original de Stevie Wonder com uma cover que um ou mais artistas tenham feito. No fim vejamos quem ganha (de acordo com a minha opinião, claro).
1 - Stevie Wonder Vs. Phil Collins Vs. Human Nature - "Uptight (Everything's Alright)
Na minha opinião, ganha Stevie Wonder. Aliás, é deprimente ver Phil Collins massacrar esta música, não só a cantar, como logo no início numa coreografia estranha de andar para a frente e para atrás como se fossem doentes com autismo. Mesmo cego, Stevie tem mais energia, carisma e presença em palco...
A versão de Human Nature é boy band demais para mim, embora tenha mais energia que a de Phil Collins graças à coreografia. Mas, de novo, boy band demais quer em voz quer em coreografia.
Stevie Wonder - 1Covers - 0
2 - Stevie Wonder Vs. Craig David Vs. Blue - "Signed, Sealed, Delivered I'm Yours"
Aqui já foi mais difícil decidir-me...
A versão de Blue, de novo, é boy band demais para mim e perde muito do soul e funk da música. Aliás, perde toda a energia. Só melhora mesmo quando o próprio Stevie Wonder aparece para salvar a música...
Mas já Craig David.... O tipo é talentoso...
Ele traz o funk, a energia, a garra que esta música precisa. Mas pelos 2:20 ele estraga um pouco com uns agudos desnecessários e com pouca variedade. Demonstra alguma falta de confiança em variar mais em termos vocais. E, já agora, coitado do tipo. O público parece feito de manequins, não se mexem. Que Diabo...
Ganha Stevie de novo. Traz um poder vocal um pouco maior do que Craig David, uma potência diferente, mesmo nos agudos, e mais variação vocal. Mas foi próximo.
Stevie Wonder - 2 Covers - 0
3 - Stevie Wonder Vs. David Parton - "Isn't She Lovely"
Bem, este é apenas patético de se ver....
Ganha Stevie.... De longe, mesmo num clip de vídeo de menos qualidade...
Stevie Wonder - 3 Covers - 0
4 - Stevie Wonder Vs. Eric Clapton - "I Ain't Gonna Stand For It"
Embora eu goste muito do original de Stevie Wonder, aqui tenho de dar a vitória a Eric Clapton.
Adoro a vertente Blues que ele dá a toda a música, aquela guitarra quase a cantar a música toda, o próprio piano, aquele fantástico solo do baixo pelos 3:30...
Sorry, Stevie. Ganha Eric Clapton. Mesmo com um videoclip terrível...
Stevie Wonder - 3 Covers - 1
5 -Stevie Wonder Vs. Will Smith feat. Sisqo - "I Wish" / "Wild Wild West"
Wild Wild West foi um filme terrível e a música não ficou atrás. Will Smith juntou elementos da música "I Wish" de Stevie Wonder com elementos de "Wild Wild West" de Kool Moe Dee e acabamos com esta porcaria de rap de má qualidade. E Sisqo a berrar demais "Wah Wah West" em vez de "Wild Wild West" para juntar à festa de trampa.
E Stevie aparece a tocar piano no videoclip desta treta... Porquê, Stevie?!
Ganha Stevie Wonder, embora desiluda-me ele associar-se a este rap/hip-hop de retrete. Se Stevie aparecer num vídeo de rap/hip-hop de boa qualidade, como Kanye West, até posso perdoar.
Stevie Wonder - 4 Covers - 1
6 - Stevie Wonder Vs. The Beatles - "We Can Work It Out"
Ui, dois colossos...
Esta não é original de Stevie Wonder, mas sim dos Beatles. Aqui a cover é de Stevie Wonder.
Gosto muito das duas versões, não sei qual escolher...
Empate. Ponto para cada um.
Stevie Wonder - 5 Covers(embora neste caso seja o original) - 2
7 -Stevie Wonder Vs. George Michael feat. Mary J. Blige - "As"
Aqui também foi um pouco difícil escolher.
Adoro a versão original de Stevie Wonder mesmo.
Mas.. Ok, eis o meu raciocínio.
Esta é uma daquelas músicas de fazer rapazes. Enquanto que a versão de Stevie Wonder torna-se demasiado canção de amor para o meu gosto, a versão de George Michael com Mary J. Blige tem uma certa sensualidade mais, um certo beat mais souç. E Mary J. Blige traz um certo poder ao refrão também.
Isto, a sensualidade, o mais soul, agrada-me mais do que uma canção de amor.
Por uma unha negra, dou o ponto à cover.
Stevie Wonder -5 Covers - 3
8 - Stevie Wonder Vs. Salomé da Bahia - "Another Star" / "Outro Lugar"
Enquanto gosto muito da versão de Stevie, não suporto mesmo a cover se Salomé de Bahia.
Esta música, "Outro Lugar", fartava-se de passar em muitas discotecas por cá e de todas as vezes eu odiava-a. Não gosto mesmo, a voz irritava-me profundamente.
Ponto para Stevie Wonder. Volta pra Bahia, Salomé!
Stevie Wonder - 6 Covers - 3
9 -Stevie Wonder Vs. Queen Latifah feat Next - "That Girl" / "Let Her Live"
Ao ouvir o início da música de Queen Latifah, pensei que a vitória iria para ela. De facto o refrão de "That Girl" está muito bom na versão de "Let Her Live". Aliás, sempre que os Next cantam nesta música, a vitória ia para o lado da cover. Mas depois, Queen Latifah começa a "cantar"....
Queen Latifah estraga a cover com o seu rap. Esta era uma cover melhor do que a original, estragada pela cantora principal.
Vitória para Stevie Wonder graças a Queen Latifah.
Stevie Wonder - 7 Covers - 3
10 - Stevie Wonder Vs. Red Hot Chili Peppers - "Higher Ground"
Esta é uma das minhas preferidas de Stevie Wonder. Há tanto funk nesta música que até dói.
E é aí a maior falha da cover dos Red Hot Chili Peppers. Perdeu-se o funk que é o forte de "Higher Ground".
Mas a versão de Stevie Wonder para mim tem algo de mais trágico, mais orquestral, mais visceral.
A versão de Coolio é boa, mas ganha Stevie.
Stevie Wonder - 9 Covers - 3
12 -Stevie Wonder Vs. Copeland - "Part-Time Lover"
Esta não havia dúvidas.
A versão de Copeland é tão emo que eu quase consigo imaginar o vocalista a cortar os pulsos enquanto canta esta cover.
A capa do disco deles até são flores deitadas, o que pode ser mais emo do que isso? Argh...
Ponto para Stevie, sem dúvida.
Stevie Wonder - 10 Covers - 3
13 - Stevie Wonder Vs. A Loss For Words - "I Just Called to Say I Loved You"
Ui, que cover terrível!!
Estes putos com mania que são punks, mas cantam canções para embevecer teenagers plenas de acne... Argh...
Esta cover é tão terrível, que Stevie não leva 1, mas 2 pontos!!!
Stevie Wonder - 12 Covers - 3
14 - Stevie Wonder Vs. Ray Charles - "Livin for the City"
Músico invisual afro-americano vs. músico invisual afro-americano.
Stevie trouxe-nos esta música em 1973, Ray Charles fez uma cover dela em 1975.
Por pouco era empate, mas a meio Ray Charles decide tornar-se num pastor, pelos vistos.
Ganha Stevie.
Stevie Wonder - 13 Covers - 3
15 -Stevie Wonder Vs. Ella Fitzgerald Vs. Tom Jones - "You Are The Sunshine Of My Life"
Que trio...
Cada um dá algo diferente a esta música.
A cover de Ella Fitzgerald dá uma vertente mais slow jazz que fica muito bem nesta música (o vídeo no YouTube não está sincronizado com o áudio, mas é a melhor versão que há).
Já a cover de Tom Jones tem um poderio de voz diferente que, de novo, fica bem.
Mas há um certo tom tropical no original de Stevie Wonder, que lembra quase Copacabana, que estranhamente faz-me gostar mais dela.
Eu que nem sequer sou apaixonado por coisas tropicais, faz-me confusão preferir este tom da música original... Mas a verdade é que a prefiro às covers.
Stevie wins.
Stevie Wonder - 14 Covers - 3
Resultados finais, 14 para Stevie Wonder, 3 para as covers.
É a minha opinião, no geral os originais de Stevie Wonder são superiores. Concorde-se ou não, uma coisa é certa: este é um homem que influenciou a música de muita gente.
De novo, isto foram só algumas que apercebi-me no Best of dele, imaginem pela discografia inteira quantas mais não haverão.
E como é habitual ao fim de semana, o resumo de vídeos da semana do YouTube em que eu tenha participado. De novo, os meus V-Logs ou o Top 14 que fiz não contam porque estes estão no Blip.
Esta semana o novo vídeo doHelfimed"O Assassino da Luva Preta". Podem ver o vídeo aqui se ainda não o fizeram, e além disso eu fiz um comentário a este vídeo que podem ver clicandoaqui.
Esta semana tenho ouvido uma mistura interessante...
O "Best Of" do grande Stevie Wonder e também Daft Punk.
Há tanto para escolher num cd duplo como é o do Best Of do Stevie Wonder, mas tenho de pôr duas. Escolhi "Superstition" e "Signed, Sealed, Delivered I'm Yours".
Para Daft Punk também é quase sacrilégio pôr aqui só duas, mas tem de ser. Escolho um mix ao vivo espantoso de "Harder Better Faster Stronger" com "Around the World", e escolho também Aerodynamic (adoro a guitarra nesta música).
Ainda relacionado, fiquem atentos a outro post que virá relacionado com Stevie Wonder...
Alguns de vós certamente se lembram da "Noite da Má Lingua", programa semanal da SIC há uns anos valentes, quando se podia dizer que Júlia Pinheiro era até porreirinha. Hoje, não a suporto. Este era um programa onde um painel fazia comentário político e não só, num clima mais divertido, mas também acutilante.
Houveram algumas alterações com o passar dos anos neste painel, mas o mais memorável era composto por Rui Zink, o idiota do Manuel Serrão, a actriz que parecia (e ainda parece) snifar coca com a frequência com que uma pessoa normal respira, Rita Blanco, e ainda, o melhor na minha opinião, Miguel Esteves Cardoso, o homem da língua de sapo (vejam clips e vão perceber).
Miguel Esteves Cardoso era um jornalista de longa data, escritor, crítico, além de muitos artigos de opinião extremamente mordazes e sarcasticamente hilariantes. Entre outros, ele já foi director de redacção, fundador do "Independente", etc. Nos anos 80 o que trouxe o nome de Miguel Esteves Cardoso à ribalta e consequentemente fez com que ele fosse convidado a participar no painel da "Noite da Má Lingua", foram as suas crónicas quinzenais no "Expresso", de nome "A Causa das Coisas". De duas em duas semanas, Cardoso escolhia um tema e no "Causa das Coisas" reflectia sobre esse tema ou palavra-chave de um modo irónico, sarcástico muitas vezes, cáustico e, na minha opinião, brilhante.
Em 1987, ele lançou o livro "A Causa das Coisas", na qual ele reuniu alguns dos melhores artigos desta rúbrica. Eu li esse livro quando eu tinha perto de 17 anos, ou seja, muito depois de ter sido lançado, mas na altura lembro-me de achar muitos dos artigos extremamente relevantes ainda. Recentemente, li de novo este livro já com os meus 30 anitos e fiquei chocado de como aindaé relevante!! Estamos a falar de artigos escritos nos anos 80, não se esqueçam. Fiquei mesmo impressionado de como ainda é pertinente.
Como exemplo, daí o título deste post, partilho convosco na totalidade o artigo de nome "Merda". Digam-me lá se isso ainda pode ser aplicado hoje em dia ou não:
"MERDA
Aquilo que está cada vez pior, isto segundo a mais divulgada opinião pública, é "esta merda". De facto, não se entabula actualmente em Portugal conversa nenhuma que não se contenha obrigatoriamente a proposição "Esta merda está cada vez pior".
Que merda, afinal vem a ser esta? É, pelos vistos, uma merda que está cada vez pior. Deve ser, por conseguinte, o agravamento de uma merda que já esteve melhor. Um endurecimento da situação, em suma. É que, embora não possa haver, logicamente, merdas que estejam sempre melhores, pode concluir-se ser sempre melhor a merda que se tem hoje (mesmo que esteja cada vez pior), do que a merda que vai haver amanhã, a qual irá ser, segundo este raciocínio de merda, ainda pior.
A pergunta frequente - "Como é que vai essa merda" - não é, no contexto sociolinguístico português, uma pergunta no verdadeiro sentido do termo. Trata-se simplesmente de uma espécie cerimonial da senha, passada exclusivamente com o fito de obter do outro a resposta apetecida do "está cada vez pior".
As pessoas sofrem, é certo, com esta merda. Faz por isso sentido perguntar a um amigo, "Então - estás melhor do Portugal?", tal qual se tratasse de um fígado agonizante ou de uma coronária em vias de dar o bafo.
E tal como as doenças mais esquisitas, Portugal é uma condição que só no estrangeiro se trata, necessitando invariavelmente de longas estadas, longe da Pátria-Mãe ou, como proverbialmente se metaforiza a dura separação, longe desta merda toda.
Antigamente, se bem se lembram, esta merda não ia estando, como agora, cada vez pior. O mais frequente era aquela merda estar rigorosamente "cada vez mais na mesma". Qual era o cidadão de pendor ordinário que nesses tempos não gostava de declarar que "as moscas mudam mas a merda é a mesma"?
Bons tempos, afinal, esses em que a merda não piorava, limitando-se a ficar na mesma! Hoje já nenhum cidadão se atreve a repetir essa frase vetusta, acerca daquela merda, em que só as moscas mudavam. Porque esta merda, em contrapartida, já não é para ele a mesma. As moscas há muito deixaram de realizar esses exercícios periódicos de render da guarda. E pensa tristemente: "Esta merda agora está tão má que até as moscas se foram embora!". Imagina-as, decerto, a cochichar entre si, em desesperados acordes de mosca "Ó pá, esta merda está impossível!". Fugiram, adivinha ele, quem sabe se à procura de outras merdas...
Uma merda, para os Portugueses, o que é? É tudo. Basta dizer em recinto público "É tudo uma merda" para ver abanar com compungida concordância todas as cabeças presentes. Se se falar noutra coisa qualquer, não há duas opiniões semelhantes. Contudo, instala-se a unanimidade em torno desta ideia-matriz, segundo a qual, é infalível, é tudo uma merda.
A merda que é esta merda goza de uma potencialidade psicológica infinita de ser vista a tornar-se numa merda cada vez pior. Se algum patriota ousasse protestar irresponsavelmente: "Portugal não é essa merda!", logo levaria com uma resposta em nacional uníssono: "Então, mas que merda é que é?". Essa, bem vistas as coisas, é que é a merda.
Só em Portugal é que as coisas, para além de serem e estarem uma merda, podem também dar merda. "Dar merda" é o processo através do qual as coisas que ainda não são uma merda vêm a garantir a sua eventual transformação em merda. "Não faças isso, que dá merda" é uma advertência comum. Dizer "Não vale a pena fazer seja o que for, porque dá sempre merda"é uma merda que diz muito acerca da forma que têm os Portugueses de estar no mundo. Esta resume-se, simplesmente, a estar na merda ou a ir fazendo umas merdas para não estar tanto.
Esta paixão dos Portugueses alcança picos que nenhum outro povo vislumbra sequer. Quem, senão um português, consegue, por exemplo, estar deliciado a ouvir uma sonata predilecta de Beethoven e dizer, sinceramente embevecido, "Ó pá - eu adoro esta merda!"?
Valha-nos, ao menos, ainda haver quem adore esta merda. Os estrangeiros, por exemplo. Quantos portugueses discordam da noção básica de que os "estrangeiros se pelam por esta merda"? Nenhum.
Daí tira alguma satisfação, admita-se. Por muito pior que esta merda esteja, ele sabe que só uma ínfima fracção da população mundial (cerca de dez milhões) não se pela por ela.
E se, por acaso, algum estrangeiro calha não se pelar, é garantido que qualquer português digno do nome o mandará, infalivelmente, à merda... "
De novo, escrito nos anos 80. Caso para dizer, uma merda literalmente relevante ainda.
Novo vídeo em que participei. Este é "O Assassino da Luva Preta, do Hélder. Já sabem onde clicar para verem o site dele, né?
Fiz algo diferente desta vez. Aqui têm o meu comentário ao vídeo, que é algo que tentarei fazer em todos os vídeos em que aparecer de futuro. Mais abaixo podem ver o vídeo inteiro.
Algo que gostava que as senhoras em especial comentassem e ajudassem-me a esclarecer uma confusão.
Chego eu a casa ontem pelas 4 e tal da manhã (já agora, um abraço ao pessoal com quem saí ;-)) e, como sempre, não tenho sono e ligo a T.V. Fico-me pelo Discovery que está a dar "Os Caçadores de Mitos", programa que gosto muito.
Chega o intervalo e eis que começa a minha confusão...
Publicidade do perfume Black XS. "O.k." penso eu, "hora estranha e canal estranho para este tipo de marketing, mas tudo bem.".
Próxima publicidade do perfume 212 de Carolina Herrera. Aí já estranho mais. Costumam haver muitas publicidades de perfumes por altura do Natal ou a rondar o São Valentim, mas nós estamos em Julho... Mas pronto, sempre achei isso mau, pois perfumes vendem-se a qualquer altura e sempre achei que deviam continuar o marketing pelo ano inteiro em vez de duas épocas só.
Também estava estranhando o facto de ser no Canal Discovery, mas depois lembro-me que ambos os perfumes são ambi-sexo e é fácil pensar como as equipes de marketing: o homem ou mulher que vê o Discovery pode ser alguém mais sofisticado e que aprecie um bom perfume. Aliás, eu gosto muito do Black XS e a publicidade poderia resultar em mim. Até aí, tudo bem.
Próxima publicidade: o perfume Lady Million de Paco Rabanne... Este sim, sem dúvida para senhoras...
E a seguir de um creme anti-rugas.... E a seguir de Nívea... E a seguir de detergente de roupa com uma mãe como grande protagonista, numa publicidade que claramente está a tentar atingir o mercado maternal... E depois, juro, de pensos higiénicos.... E voltamos ao programa.
Fico mesmo confuso. E é aí que quero a vossa ajuda. Existem por aí muitas de vós que vêm o Canal Discovery às 4 e tal (5 e tal no Continente) da manhã?...
Não sei, talvez haja. Mas deixou-me mesmo confuso. Esclareçam, se puderem.
Enquanto isso, vou mas é dar um mergulho.
See ya!
PS: Outra coisa que me fez confusão foi que todas as 3 publicidades de perfume, consecutivas, eram a preto e branco!
As publicidades nem são más, mas todas a preto e branco?! Este filtro de cor apela mais a comprar perfumes ou quê?! Mais confuso fico. Aqui têm as 3 publicidades: