Hugh Laurie, para quem não sabe é este tipo.
Sim, o homem mais conhecido por Dr. House(para mim, conhecido na série Black Adder). O tipo de facto é talentoso: além de actor é cantor de blues, guitarrista, escritor e campeão de dominó. ..Bem, a última não é verdade. É apenas vice-campeão.
Sabendo quem ele é, ao lermos o Traficante de Armas, é impossível dissociar a personagem principal do livro (Thomas Lang), da personagem do Dr. House. Este é um excelente protagonista, com um humor negro, ácido, rápido, sarcástico, tal como o famoso médico, e é um tipo de humor que aprecio. Mas, infelizmente, em demasia este humor torna-se cansativo e começa a deixar de ter impacto. A meados do livro(tal como na série de tv), já ficamos algo impacientes com a milésima piadinha consecutiva e rogamos que o homem deixe de ser irritante e responda a algo a sério por uma vez. E tendo em conta que considero o humor do personagem principal o ponto forte deste livro, o facto de este começar a falhar a meados da história, faz com que consequentemente o encanto do livro comece a ruir.
A história em si não é forte o suficiente para se destacar. Precisa de Thomas Lang, e quando este começa a falhar, falha todo o livro. Além disso, a história tem muitas coincidências felizes, factos que não batem muito certo, uma ou outra personagem segundária interessante mas, na sua maioria, as outras personagens parecem todas não ser naturais, algo estúpidas por vezes, e de facto soam a figmentos de imaginação que apenas foram criadas com o intuito de Lang parecer mais inteligente e carismático do que é na realidade.
Lang é um ex-polícia, tornado mercenário, que se vê envolvido numa trama de espionagem britânica e americana, tendo este de se ver obrigado a impedir uma nova arma(um helicóptero super avançado) que tem o risco de potenciar novas guerras a fim de que esta arma comece a ser industrializada e vendida a países interessados.
O livro tem um certo ambiente noir, com femmes fatales pelo meio, e Lang parecendo mais um detective numa história dos anos 30, do que propriamente um mercenário nos dias de hoje. Este ambiente noir não é forte o suficiente e perde-se muita vez na narrativa. Além de que as coisas terminam bem demais para que esta tentativa de noir suceda.
No geral, não é mau livro para se ler esporádicamente, pelo humor negro inerente de Thomas Lang como ponto forte, mas não recomendado em demasia e ignorando as muitas felizes coincidências, discrepâncias, e poucas personagens segundárias fortes.
De 0 a 5, eu dou a este livro 3 Dr. Houses.
Adoro o humor britânico, negro. Mas não gosto de coincidências felizes, nem de finais óbvios. E detesto conseguir adivinhar o passo seguinte de cada personagem.
ResponderEliminarEu também aprecio humor britânico, mas este torna-se repetitivo e em demasia. E o humor do personagem principal é o ponto forte do livro, infelizmente. Não é má leitura casual e caso não haja nada melhor em casa. Mas não recomendaria comprarem-no. Empresto-te se estiveres curiosa.
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