GOD DAMN IT, A MÚSICA DE FALCO É MESMO BOA!!!!!!!!!!
Há dois meses para cá, não consigo parar de ouvir este álbum! Falco: Symphonic.
Um dos melhores músicos europeus que a morte levou cedo demais. Muito cedo, mesmo.
Se tivesse um terço do talento musical deste gajo, eu era um homem muito feliz.
Parem o que estão fazendo e percam 11 minutinhos da vossa vida a ouvir estas duas músicas. Depois vão buscar o álbum inteiro. Acreditem, it's fucking good!
E quem me vier depois dizer que não gosta, considere-se excluído da minha vida, pois só podem ter péssimo gosto.
E aqui temos todos os vídeos em que estive envolvido que saíram esta semana. O 2º Mjimbora Jogar, o Resgate Sobrenatural da Dona Amélia e os bloopers, e a Empresa com o novo director, Helfimed, e os bastidores além de um mini-passatempo.
Agradecimentos ao Hélder e ao André Mateus.
Esta semana deverá haver novo Duplo D Cast, e talvez algo novo que eu o David estamos engrenando, mas não é garantido ainda.
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E vamos ao segundo post sobre o meu parecer de assuntos relacionados com a RTP Açores. Já dei a minha opinião sobre os blocos noticiosos da RTP Açores, irei dar a minha opinião sobre "salvem o Bom Dia Açores", mas, este agora será dedicado a pensamentos meus sobre o canal em si. E aí, poderão ficar algo surpreendidos com a minha opinião.
De novo, são as minhas opiniões. Quem concordar ou discordar, comente à vontade, que debate é sempre bem vindo no blog.
Ao contrário do que se pense, entristece-me muito que a RTP Açores tenha sido obrigada a reduzir as suas horas de transmissão. Com isto, o canal perderá ainda mais grande parte da sua autonomia, da sua independência, da sua liberdade criativa e financeira, da sua identidade. Aliás, da NOSSA identidade.
Sim, porque apesar de todas as falhas da RTP Açores desde a sua existência (e já vou tocar no assunto), ter o NOSSO canal É um símbolo da nossa identidade, da nossa região, da nossa autonomia. TODOS, mas TODOS nós ficamos seriamente fragilizados com essa mudança de paradigma que vem para o NOSSO canal.
Mas, já falarei mais disso. Para já, o que penso quando reflicto sobre o que tem sido a RTP Açores.
Quando penso no que foi a RTP Açores desde que me lembro dela até hoje, há algo que teima em não sair da minha cabeça: podia ter sido tanto, mas tanto mais do que foi...
Oportunidades Perdidas são as palavras-chave que persistem na minha visão.
Fiz o seguinte exercício, façam o mesmo. Conseguem enumerar-me 5 ou mais programas marcantes da RTP Açores desde a sua existência?
5 programas que fossem referência ainda hoje em dia, 5 programas que tivessem alguma notoriedade, 5 programas que tivessem alguma exposição e notoriedade nacional (já nem digo internacional que isso já é muito difícil, mesmo para os canais grandes de Portugal), 5 programas que toda a gente com algum bom gosto chamaria de excelentes programas, 5 programas que fossem um bom retrato da nossa criatividade, imaginação, talento, inteligência, cultura, de boa Função Pública, seja o que for...
Muitos talvez dirão o Bom Dia. O.k., posso aceitar esta resposta como válida, embora tenha as minhas discórdias. Mas, e mais.
É difícil.
E cheguei a uma conclusão do porquê. Porque o nosso canal, durante a sua existência, arriscou sempre muito, muito pouco. Nasceu num formato de padrões antiquados de fazer t.v. e continuou assim.
E mesmo quando arriscou um pouco, rapidamente caiu no esquecimento, quer por qualidade insuficiente, que por ter saído rapidamente do ar(por audiências ou decisão editorial), quer por apenas não ter sido marcante na consciência social. Se eu disser as palavras "O Barco e o Sonho", "Xailes negros", e outros, para muitos de vós isso não quer dizer nada. Para outros, os da minha geração, trará lembranças muito, muito ténues, e provavelmente já não pensavam nesses programas há anos até agora. "Ilhas de Bruma" não foi apenas uma canção, pessoal mais jovem.
Para terem uma ideia, eu não consigo lembrar-me do nome do programa que mais marcou-me da RTP Açores!!! Isso é grave e diz muito!! E já agora, se alguém se lembrar diga nos comentários que isto está a deixar-me louco da cabeça! Lembro-me de na minha infância vermos com regularidade um programa que era semanal, onde no fim mostravam bloopers do pessoal da RTP A., inclusive clipes deliciosos do Pedro Moura a praguejar como um marinheiro, a Laura Lobão a fazer gaffes no noticiário, a Teresa Nóbrega desatenta quando a emissão já estava no ar, o Carlos Tomé a falar com o câmeraman sobre algo estranho em pleno programa. Pessoalmente, este foi o programa que mais lembro-me de ver que fosse uma produção original da RTP Açores, adorava-o. Era divertido e para mim o facto do pessoal mostrar aquilo e demonstrarem que tinham bom sentido de humor e permitirem-se gozar consigo próprios era enternecedor! Mostrava um lado humano e cúmplice da RTP Açores para com os seus espectadores, lado esse que desapareceu com os tempos.
No entanto, este programa, que foi o mais marcante a meu nível pessoal criado pela RTP Açores, continua anónimo na minha cabeça! Não me lembro do nome!!! Isto diz muito, muito do que estava a referir-me. A RTP Açores nunca conseguiu, desde a sua existência, ser marcante.
E podia.
E deveria.
Quantos e quantos projectos não devem ter sido postos de lado, quantos morreram na mesa de sugestões, quantas ideias boas e com potencial não devem ter ficado no éter... E não só. Quantos programas que chegaram a ver a sua criação não devem ter sido cancelados prematuramente.
Houve sempre muito receio de arriscar, houve sempre um formato de fazer tv incrivelmente antiquado e desactualizado na RTP Açores, houve sempre muita rigidez na sua programação e formato.
E sei que houve gente lá que lutou desesperadamente para trazer algo novo e original, mas que foram recusados. Sei que as oportunidades foram sempre dadas a alguns dinossauros, e mesmo a esses foram de rédea curta. Sei que existiram funcionários da RTP A. que tinham bem noção de que estavam a criar pouca coisa nova e diferente, mas que nunca tiveram oportunidade de manifestar a sua opinião, de trazer as suas ideias, de limitar-se a cumprir ordens.
Desde a sua existência, houveram más gerências na RTP Açores, houve pouca gente com um pouco de visão para o Futuro, houveram muitos "gravatas" antiquados e nada corajosos. E não houve falta de gente visionária nos Açores ao longo dos tempos, apenas a porta fechou-se lhes na RTP Açores ou apenas abriram uma fresta duma janela para entrar um arzinho.
E isso leva-me à parte que deixa-me muito, muito triste de que agora a RTP Açores irá ser muito menos. Porquê? Se eu achava que tinha sido antiquada e pouco criativa ao longo dos tempos, se eu pouco ou nada via do nosso canal nos últimos tempos, porquê a minha pena?? Porque, meus amigos, um dia haveria em que as coisas mudariam.
Tudo está sujeito a mudanças. Um dia viria alguém com visão, alguém mais moderno, alguém com mais ideias, alguém mais actual. Raios, provavelmente esse alguém já lá está, mas agora está limitado!
Havia sempre em mim essa esperança e essa crença. Tal como os dinossauros foram extintos, um dia viria um cometa trazer um mundo novo à RTP Açores. Seria inevitável.
E não estou a dizer que todos os que lá estão há dezenas de anos devem ser erradicados. É bom que continue a haver gente com mais antiguidade na casa, um canal deve ter símbolos, deve ter referências. Mas, era preciso ter aberto as portas muito mais a gente nova, com ideias, com originalidade, com visão. E, mesmo que demorasse 50 ou 100 anos, inevitavelmente, um dia viria alguém com mais coragem de arriscar, com uma visão mais moderna e actualizada de como fazer boa televisão.
O problema: mesmo que essa pessoa venha ou já lá esteja agora, a redução de carga horária e de verbas do canal, vem limitar gravemente a possibilidade de tornar a RTP Açores em algo melhor. Se já era uma tarefa difícil, agora é quase hercúlea.
Devíamos ter lutado mais pela RTP Açores, gostássemos dela ou não! Um dia as coisas mudariam, um dia ela seria uma excelente montra do que nós, açorianos com talento, criatividade e inteligência, poderíamos fazer! Um dia, poderia vir a ser orgulho de todos nós! Um dia, viria alguém que conseguiria isso ou perto disso, conosco cá ou não.
Até como função pública a RTP Açores falhou: quem visse o nosso canal sem conhecer os açorianos, julgaria que somos um povo antiquado, retrógado. Em parte, é verdade, mas a nossa geração bem sabe que não somos todos assim. E um dia, alguém viria que conseguisse fazer com que a RTP Açores demonstrasse bem isso.
O sentimento nobre e de luta que está havendo pelo Bom Dia, deveria ter vindo antes, pessoal.
A iniciativa é de louvar, sem dúvida! É nobre, sem dúvida. É um exemplo da nossa união enquanto povo açoriano, indiscutível!
Mas vem tarde. Deveria ter vindo mais cedo.
Se tivéssemos todos lutado mais, erguido mais as nossas vozes, unido-nos mais pela nossa televisão, já não teríamos de o estar a fazê-lo agora pelo Bom Dia. E isso é parte do post que farei sobre o "Salvem o Bom Dia Açores". É absolutamente louvável! É a nossa região a lutar por um fim comum! Goste-se ou não se goste do programa, é um excelente exemplo da nossa força e união, do nosso ardor e orgulho açoriano, da nossa garra!
Mas......
Mas, porque não veio isso tudo uns meses antes?
Deveria ter sido assim muito antes. Devíamos ter tido o mesmo ardor antes.
Eu próprio, hipócritamente, escrevo sobre isto agora em vez de ter escrito antes, quando ainda havia tempo de dar mais luta. Havia gente a lutar por isso, a manifestar-se pela RTP Açores, e eu nada escrevi ou falei sobre isso. E, ao ver a onda incrível que o Bom Dia tem levantado, bato-me na cabeça, pois apesar de a RTP Açores ter sido uma oportunidade perdida ao longo dos tempos enquanto montra do que conseguimos fazer e do nosso talento, eu sabia que inevitavelmente alguém mais actual tomaria conta das rédeas um dia, eu deveria ter manifestado-me pela RTP Açores.
Eu consigo ver que venho tarde. Será que todos os que agora lutam pelo Bom Dia, mas não lutaram pela RTP Açores, conseguem pôr a mão na sua consciência e ver isso também?...
Pois...
Mas atenção, continue-se essa luta! Não se baixem os braços sobre esse tema, mesmo que não o fizéssemos antes! Poderá ser tarde demais, mas damos luta na mesma. O Bom Dia provavelmente não morrerá, mas mesmo que sobreviva, não será o mesmo Bom Dia. Mas isso vem noutro post.
Lutemos, pois é nobre e um exemplo de orgulho lutar pelo que é nosso, digo-o sinceramente.
Muita gente tem orgulho desmedido em ser açoriano. Eu não. Vejo muitas mais coisas negativas do que positivas nos Açores. E muito menos tenho de ser português. Perdoem-me, mas estaria a mentir se dissesse o contrário. Mas ataquem-me por isso outro dia que entrar mais em pormenor sobre isso. Mas, quando vejo algo positivo, algo louvável, então aí orgulho-me da nossa gente, sim, e dou o mérito devido. Exponho até, se possível.
Devíamos todos ter lutado mais pela RTP Açores, eu inclusive. Devíamos ter mostrado esse ardor antes, e agora, talvez já não teria sido preciso lutar pelo Bom Dia. Um dia, a luta teria valido a pena, nem que víssemos esses frutos daqui a 100 anos. Tenhamos ou não ódio pelos que lá estiveram durante anos como parasitas a chupar a vida da RTP Açores, gostássemos ou não do que era feito naquele canal, víssemos com maus olhos muitos que lá andam ou não, deveríamos ter lutado por ela. A casa não tem culpa de alguns moradores que teve e tem. E há muito boa gente por lá ainda, que merecia que tivéssemos lutado mais. Eu próprio sou próximo de uma destas pessoas que mereciam o nosso apoio, a nossa luta.
De novo, um dia os frutos viriam, mesmo que tardassem a chegar. Poderíamos ter um canal, o NOSSO canal, que fosse uma melhor montra do que somos. Do nosso talento, criatividade, espírito e inteligência, mais moderno, mais actual, mais original, mais criativo.
Agora, reduziram-nos muito a possibilidade de concretizar esse ideal positivo para a RTP Açores com o corte de horas e fundos.
Se ainda é possível a RTP Açores ser algo em que todos podemos ter orgulho em ter? Sim, é possível, mas tornou-se montanhas mais difícil.
Entrou gente nova, gente boa, gente diferente e criativa. Quem sabe poderiam ser estes a fazer a diferença? Quem sabe são?
Mas, a torre agora não é apenas algo alta. É colossal. E nós, todos nós, deveríamos ter impedido, quando devíamos e podíamos, que acrescentassem mais andares a esta torre.
Irónico como o nome de um programa da RTP Açores seja agora adequada para descrevê-la: Mau tempo no canal. E a culpa, é muito nossa. Nós todos, mesmo. A começar por mim, se preferirem.
Este é o primeiro de 3 posts que farei sobre coisas em que tenho pensado sobre a RTP Açores e assuntos relacionados com a mesma. Neste primeiro falarei dos noticiários da RTP Açores, no segundo falarei sobre o actual estado do canal e no que a RTP Açores poderia ter sido (e não foi), e no terceiro a minha opinião sobre a onda que anda no Facebook de "Salvem o Bom Dia Açores".
Poderá haver muita discórdia das minhas opiniões e são livres de debaterem o tema por aqui comigo que terei o maior prazer em ter o vosso feedback.
E bem, vamos a isso... Ai, ai... Os noticiários da RTP Açores....
Vejamos quase todos os blocos noticiosos de quase todos os canais de quase todo o Mundo. Eles apresentam-nos notícias, além de reportagens, trabalhos de investigação, inquéritos/opiniões de rua, etc.
O que é que nos dão os blocos noticiosos da RTP Açores? Eles dão-nos notícias e.... e é só.
Eis o meu problema com os blocos noticiosos da RTP A. Desafio-vos a ver um, num dia qualquer. Todas, mas todas as notícias, são de eventos (políticos, sociais, desportivos, culturais, etc.), conferências, inaugurações, palestras, julgamentos, e por aí fora.
Alguém se lembra da última vez que um bloco noticioso da RTP Açores teve um exclusivo jornalístico?! Um furo?! Uma reportagem?! Um trabalho de investigação?! Uma notícia que foi apresentada graças ao trabalho de investigação ou iniciativa própria de um dos seus jornalista, em vez de algo para onde eles foram chamados?! Um inquérito realizado pela RTP Açores?! É que eu sinceramente, não.
Um jornalista de um canal (e não só), trabalha para ter uma notícia, para uma reportagem, para um trabalho de investigação, para um exclusivo, etc. Já um jornalista da RTP Açores gasta gasolina e gasóleo para ir onde é chamado, com sorte enfia duas perguntas de rotina lá e... e é só.
Não se vê naqueles noticiários uma peça que não seja sobre algo para onde foram chamados os jornalistas, ou para onde é sabido que haverá algo, ou então vão a um sítio reportar algo que foi reportado na imprensa escrita primeiro. Não há uma peça que tenha sido originada graças ao instinto ou iniciativa própria de um jornalista. No Bom Dia vemos um pouco disso e é uma excepção, em especial de assuntos culturais, religiosos ou eventos, de entrevista a organizadores e não só, etc. Nisso, darei mérito ao Bom Dia, apesar de sabermos que algumas destas reportagens poderiam ser mais reduzidas e vê-se que estão a tentar "encher chouriços" por vezes para atingir a quota horária diária do programa. Sim, sabemos que há muita conversa de chacha para queimar tempo. Sim, sabemos que há reportagens lá que se tornam maçadoras e repetitivas. Isso tudo também terei em atenção quando escrever sobre o post do Bom Dia. Mas mesmo assim, faz algo de sua iniciativa e diferente. Claro que também a maioria que vai lá, são pessoas que abordaram o próprio Bom Dia para falarem sobre algo que querem promover, mas ao menos dão algo diferente (goste-se ou não) e fazem o que é suposto a RTP Açores fazer: SERVIÇO PÚBLICO!
Mas mesmo assim, é pouco, e muitas vezes, mau. Mas continuemos com os blocos noticiosos e não o Bom Dia.
Em todos os noticiários da televisão portuguesa, ocasionalmente temos trabalhos e peças criadas pelos próprios repórteres, pela sua própria iniciativa ou por iniciativa da chefia editorial. Na RTP Açores, nada me vem à memória que seja similar. Nada mesmo.
Exemplos. Para os exemplos, usarei o número 1 para noticiários da televisão portuguesa em geral, para o 2 usarei os blocos noticiosos da RTP Açores, para o 2a) usarei o que poderia/deveria ser feito nos blocos informativos do nosso canal. E antes disso, fiquem sabendo de algo, RTP Açores: Há sempre alguém que está disposto a falar para vós. Nem que seja um, há sempre alguém que o fará se os abordarem.
(Exemplo A)
1 - Temos uma reportagem curta sobre tráfico de droga em bairros desfavorecidos e como isso afecta os moradores, temos entrevistas corajosas a traficantes ou consumidores com rostos pixelizados e vozes distorcidas, temos a perspectiva da Polícia, da Câmara ou Junta, entidades governamentais como assistentes da Segurança Social, etc.
2 - Nada.
2a) - Todos sabemos bem como eram as coisas há 15 anos por cá e como são agora. Toda a gente sabe onde na sua freguesia(e, infelizmente, são em todas as freguesias hoje em dia. Nenhuma escapa, desde as 7 Cidades até ao Nordeste) estão localizados os consumidores ou passadores. Um jornalista ou repórter com um pingo de iniciativa própria, caso queira fazer o mesmo trabalho jornalístico por cá, seria a coisa mais fácil do Mundo. Mas não o fazem. Vão a uma freguesia qualquer, mas qualquer uma mesmo, e interroguem as pessoas. Rapidamente vão indicar-vos um consumidor ou passador ou traficante. Abordem esses consumidores ou passadores. Peçam para falar com eles, receberem a sua perspectiva, protejam as suas identidades se necessário. Depois falem com o presidente de Junta dessa freguesia sobre essa situação. Falem com os moradores. Falem com a Polícia. Falem com a Segurança Social.
Pronto. Têm um excelente trabalho noticioso, uma reportagem interessante, nada difícil e de pouco trabalho.
(Exemplo B)
1 - Temos uma reportagem sobre aumento da prostituição em determinada zona ou então sobre emigrantes a trabalharem em Portugal em casas de alterne, ilegalidades e não só.
2 - De novo, nada. Aparentemente, vivemos numa Região purista.
2a) - Não acredito que não haja um jornalista ou chefe de redacção da RTP Açores que não saiba o que se passa pela Calheta. É que até no Nordeste sabem bem o que se passa. De novo, vão lá. Abordem quem lá anda a prostituir-se. De novo, protejam a identidade, se necessário. Vejam o que levou algumas daquelas pessoas àquilo. Falem com os moradores daquela zona e informem-se do transtorno que lhes causa o que se passa à frente das suas portas. Como a zona onde esses moradores residem ficou com péssima fama, como é constragedor ter de passar por ali, como é triste que onde moram, onde têm as suas casas, as suas vidas, encontram algo deplorável olhando pela janela afora. Mais uma vez, abordem a Polícia para ver a perspectiva deles, abordem entidades municipais ou governativas, falem com sociólogos, etc. E as casas de alterne e quem lá trabalha? De novo, vão a essas casas, tentem falar com proprietários, abordem as senhoras, protejam as suas identidades, vasculhem o que ganham e se retribuem de alguma forma para as nossas contas públicas, se pagam impostos, etc. Tentem saber o que levou algumas delas a esta vida. Porque não pedem aos vossos colegas da imprensa escrita o contacto de algumas delas? Assim como assim, eles publicitam-nas! O que as fez vir de outro país para cá e acabar nesse estilo de vida, foi só o dinheiro fácil ou houveram outros factores para acabarem assim? Falem com sociólogos, com o Serviço Nacional de Estrangeiros e Fronteiras para saber que escrutínio e fiscalização andam a ser feitas, etc.
De novo, um trabalho de reportagem, de investigação jornalística, com um pingo de iniciativa e algum trabalho para além de conduzir para onde foram chamados ou para onde foram mandados.
(Exemplo C)
1 - (1)São reveladas suspeitas de abuso de poder político (Freeports e afins), (2)licenciaturas suspeitas (Sócrates), (3)fraudes bancárias e ineptitude do Banco de Portugal em fiscalizar devidamente os mesmos, (4)falou-se de pressões políticas feitas a Media (Público, Sol, etc.), (5)interroga-se sobre viabilidade de obras de grande valor (Novo Aeroporto de Lisboa, TGV, etc.).
2 - Praticamente nada, e quando é feito, não foi de vossa iniciativa. Morder a mão que vos morde? Claro que não... Aliás, quando o fizeram recentemente num caso menor, levaram logo aviso dos lordes...
2a) - Querem paralelos cá para todos estes exemplos em que um pouco de investigação (e coragem, além de integridade jornalística) poderia trazer coisas interessantes a lume? Pois bem.
(1) Será tão difícil quanto isso encontrar alguns casos de abuso político cá? Não me parece. Vejam bem algumas obras grandes por cá, para quem foram distribuídas ao longo dos tempos. Vejam os laços familiares. Vejam os custos que são apresentados por alguns deputados nossos, inclusive eurodeputados. Já agora, vejam bem as declarações fiscais de alguns políticos nossos. Vejam cumplicidades entre Presidentes de Junta e alguns ramos comerciais. Vejam a baleia gorda que tem sido a Sata ao longo dos tempos. (2) Investiguem algumas licenciaturas ou doutoramentos que muitos indivíduos que desempenham funções públicas por cá, têm realmente. E já agora os filhos destes. A Universidade pode-vos dar essa informação, certamente. Especialmente os filhos. É que há muita boa gente que estudou, a muito esforço pessoal e da sua família, para ter qualificações necessárias para poder desempenhar funções, enquanto que outros, graças a laços familiares, ocuparam vagas que não mereciam e não estudaram para isso. Podem mesmo começar pelo topo... (3) É curioso como a Banca anda aflita, mas muitos sub-directores de Bancos e associados, parecem não estarem minimamente aflitos com isso. Antes pelo contrário. De novo, tenho muita curiosidade de ver as declarações fiscais de alguns e ver se apresentam todas as casas de férias, todos os carros, viagens, jantares e sei lá mais o quê. Chamem-lhe instinto jornalístico, se quiserem... (4) Bem, sobre isso não podem falar, pois queimariam muita gente ao longo dos anos que esteve por aí. (5) Já vos tinha dito para investigarem bem para quem certas obras foram entregues. Mas, além disso, alguém já foi interrogar-se sobre o estado do mítico Casino/shopping agora parado? Já agora, alguém lembrou-se de ir questionar quem ia ser empregado lá e tirou cursos e gastou dinheiro seu, para acabar não vendo um euro de volta? É que toda a gente sabe, com um pouco de trabalho jornalístico vocês também teriam conseguido reportar isso antes de esperarem que a imprensa escrita o fizesse.
Poderia enumerar mais mil e um exemplos, mas não o farei mais. Até a imprensa escrita de cá, sobre a qual também tenho MUIIIIITTAS críticas, faz mais do que vós nesse sentido. De reportagem, de iniciativa própria e jornalística, de investigação, de exclusivos, etc. E não só. Existem dias de notícias lentas, e eles aproveitam nestes dias para dar exposição a coisas que eles produziram por sua iniciativa. Por exemplo, num jornal escrito um dia desses, fizeram uma reportagem sobre um empresário que está a ter sucesso por cá nas suas estufas graças a uma técnica nova derivada do estudo de microbiologia. Um jornalista achou isso interessante, viu oportunidade de reportar isso, e apresentar este trabalho jornalístico num dia de notícias mais lento. Vocês também têm dias de notícias mais lentos, façam o mesmo! Trabalhem numa reportagem ou vão ao encontro de algo interessante em termos jornalísticos e usem-no em dias de notícias mais lento.
Não sei se a culpa é dos jornalistas dos blocos noticiosos da RTP Açores, ou dos chefes de redacção, ou de outros. Uma coisa é certa: Os vossos Telejornais apresentam trabalho preguiçoso. De apenas conduzir para onde são chamados, de por vezes reportar o que já foi reportado por outros, de ir apenas onde é sabido que haverá algo. Será que para ser jornalista, basta ter carta de condução?! E nem isso, pois às vezes são os câmeramen que conduzem.
Existem novos tempos na RTP Açores, difíceis, mas com uma direcção nova que me deixa algo confiante. Espero que algo seja feito também no trabalho jornalístico dos blocos noticiosos. De novo, também há muito a dizer de imprensa escrita por cá (como exemplo, hoje, Quarta-Feira, num jornal escrito apresentavam-nos a notícia super actual de que morreu um dos vocalistas dos Bee Gees. O problema?... Reportam-nos algo hoje que aconteceu Domingo, como eles próprios referem...), mas há mais iniciativa jornalística, trabalho jornalístico, por lá.
Se outros blocos noticiosos nos canais portugueses o fazem, porque não o fazem também por cá?! Como provei, não é por falta de assunto ou tema, certamente. Um pouco de iniciativa, é só o que é preciso.
De novo, acredito que hajam jornalistas talentosos na RTP Açores, que talvez não tenham oportunidades de fazerem mais deste tipo de trabalho. Mas seja lá quem for o responsável, trabalho preguiçoso e antiquado, nos tempos de hoje é fatal.
Para o próximo post, falarei sobre a minha visão actual da RTP Açores, além da minha visão do que foi, poderia ter sido, e espero que possa ser.
Comentem, debatem, deêm a vossa opinião sobre este post dos blocos noticiosos da RTP Açores, que terei o maior prazer de debater e trocar ideias convosco.
E para que não pensem que estou mal disposto e chato, termino com um pouco de humor relacionado com o tema.
Cheers!
Tenho bem a noção de que nós somos geralmente os piores avaliadores de nós próprios. Temos tendência a descurar vários aspectos negativos da nossa persona ou, em inverso, a rebaixar-nos exageradamente por vezes em certos campos.
Eu não.
Sou uma pessoa naturalmente confiante em mim próprio, sem perder noção do que não consigo fazer. Claro que só o facto de eu estar a dizer isso, pode vir ao encontro do que eu disse de início e eu esteja a fazer uma avaliação errada de mim próprio, mas creio que não.
Já por algumas vezes, em especial com um pouco de popularidade recente que tenho tido graças ao DD, vídeos com o Hélder e o Teatro pelo meio, algumas pessoas dizem-me que antes de conhecerem-me, julgavam-me um pouquito arrogante, mas que afinal não o era. Ao perguntar o porquê de julgarem-me arrogante, ninguém consegue bem definir o porquê de terem essa impressão. Mas foram só algumas poucas pessoas. Ao perguntar a outras se tinham essa impressão de mim inicialmente, a maioria estranhou, pois nunca tiveram tal ideia de mim.
Uma coisa é certa, todo que disseram o contrário, fizeram questão que soubesse que era impressão inicial apenas e que não achavam o mesmo agora. Mas, mesmo assim...
Porquê haver esse número reduzido que definiu a impressão inicial que tinham de mim com o mesmo adjectivo?
Julgo que a resposta será o que alguns me responderam: "Confiante sim, arrogante não."
De novo, não sei se será por aí, mas julgo que enquadraria bem esta resposta. Sou confiante? Sim, sou. Tenho confiança em quem sou, no que sei fazer, no que consigo fazer, sem esquecer ou perder a noção do que não consigo. Ando de forma confiante, que alguns podem confundir com o "maniento", à boa moda de cá? Talvez, mas e depois? Acho que todos devemos ter um pouco de orgulho em nós próprios e se eu sei o que posso ser ou fazer, devo andar de cabeça baixa?!
Alguém até me disse que antes de abordar-me, tinha receio porque sempre que me via eu estava com uma das sobrancelhas erguidas.... A sério?! Eu sei que tenho tendência a fazer isso, mas isso dá um ar arrogante?
Não fico nervoso em público, um pouco ansioso talvez, mas nervoso nem por isso. Não fico com receios ou dúvidas antes de entrevistas de trabalho: penso "Eu é que seria uma mais-valia para esta empresa/instituição" e não o inverso, pois sei o valor que tenho como trabalhador, além de imaginação, sangue frio, calma, cabecinha, sentido de responsabilidade, sem nunca deixar de ser afável com colegas. Excepto quando merecem mesmo ouvir algo, e isso leva-nos a outra coisa minha que podem confundir com arrogância.
Digo o que acho, não falo por falar para agradar ninguém. E faço-o sem ser agressivo, apenas uma opinião sincera e frontal, quando pedem-me. Se não a pedem, não dou e pronto. Quem é inteligente, sabe ver o valor de saber que terá alguém sempre que dirá a opinião verdadeira, agora, claro está, essa opinião pode também estar errada algumas vezes.
No Duplo D sou o que geralmente ataca mais, mas não o faço apenas por atacar ou ser controverso. Faço-o como comentário, crítica construtiva ou exposição de coisas em que penso pura e simplesmente. Se alguém se sente ofendido por isso, estão no seu mais pleno direito, mas eu é que não consigo mudar a minha frontalidade. E, na verdade, muita gente vem dar-me os parabéns quando o faço publicamente, pois também partilhavam da minha opinião.
Aqui por vezes tem-se receio de represálias, eu estou pouco me lixando. Falei de coisas que quase toda a gente sentia, apenas não o tinham declarado tão publicamente por cá. Critiquei as técnicas de venda "chatas" de alguns vendedores de cartões de crédito no shopping, deixei bem claro que julgamos que nem todos são "coitadinhos" no pequeno comércio, critiquei obras (mal) feitas por valores absurdos, critiquei "chunnings" no Ano Novo, mostrei que acho que a Igreja tem um lado hipócrita, critiquei aqui pais que usam as crianças como troféu, criticamos o jornalismo (e mais disso virá a caminho, já agora), e muitas outras coisas que não me lembro.
Sou do contra? Absolutamente não. Sou frontal. E de preferência beneficial ou construtivo. Ou divertido, apenas.
Coragem e frontalidade podem ser confundidas com arrogância? Talvez. Serei arrogante? Talvez. Mas estou pouco me lixando, é a conclusão a que chego.
Não vivo para agradar ninguém. What you see is what you get, e felizmente, a maioria aprecia que eu seja como sou. Ou talvez não e sejam falsos. Seja como for, não posso mudar quem sou.
Felizmente, ninguém o pede também.
Digam o que acham, pois sou aberto a respostas construtivas e debate, sem levar ofensa a nada. Agora ficam já sabendo que não mudarei como sou. Mas aceitarei as opiniões e debaterei-as convosco, sem mal algum. Prefiro mesmo que sejam sinceros do que palavras boas apenas por amizade.
Na mesma, creio que cheguei a uma conclusão:
Arrogante, Moi?! Não. Apenas não me conheces bem ainda, Toi.
(Talvez escrever este post tenha sido um pouco arrogante da minha parte... Ah, Fuck it.)
Bem, neste blogue partilho coisas pessoais com as pessoas. Queria partilhar convosco algo pessoal: a 1ª vez a fazer Teatro para um público. Aconteceu um dia mais cedo do que o previsto e para algo completamente diferente. Infelizmente, a minha apresentação não foi filmada porque debateram-se com a minha câmera logo na hora que entro e falo. Na mesma, lá estou. E amanhã é para outra diferente: Deolinda Guegué!
E aqui está este vídeo que preparei para apresentar o elenco de Deolinda Guegué e os seus 3 maridos. Mais estão a caminho de nós nos bastidores, entrevistas estúpidas e outras coisas. Ante-estreia é já dia 11 de Maio no Coliseu Micaelense. 22 espectáculos garantidos por Ponta Delgada e arredores, mas há grandes probabilidades de haverem ainda mais...